Os produtores de palmito de pupunha decidiram unir-se para reduzir a ilegalidade no setor -estima-se que ela represente 30% do mercado.
Apesar de o Brasil ser o maior consumidor mundial de palmito, com participação de 70% no total, ainda há restrições ao produto, diz Ricardo Araújo Ribeiral, vice-presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Indústrias de Palmito de Pupunha).
“Precisamos quebrar a barreira de experiências negativas anteriores”, afirma Ribeiral, que atribui os problemas à elevada informalidade do setor.
Nos anos 90, a extração de palmito em regiões degradadas foi proibida e abriu espaço para a profissionalização.
O resultado é o crescimento da participação do palmito cultivado no total, afirma o vice-presidente da Abrapp, que ainda não tem números que mostrem a expansão.
“O setor ainda está se organizando, há poucos dados oficiais”, afirma Ribeiral.
Ainda assim, ele estima que o mercado nacional movimente R$ 450 milhões por ano, dominado pelo palmito da palmeira de açaí, que responde por 70% do total.
O palmito da palmeira de pupunha tem uma fatia de 25% e o restante é dividido entre o palmito juçara e o extraído da palmeira real.
Para mostrar ao consumidor como identificar um palmito de boa qualidade e promover o de pupunha, indústrias que representam 60% de todo o processamento dessa espécie criaram a Abrapp, há cerca de um mês.
“Podemos dobrar o mercado legal se quebrarmos as barreiras ao palmito de melhor qualidade”, diz Ribeiral.
Devido à elevada dependência do clima tropical para se desenvolver, o palmito praticamente é produzido em larga escala somente no Brasil e no Equador e, apesar do elevado potencial para exportações, o setor decidiu focar no mercado interno. “O brasileiro adora palmito; o produto dispensa apresentação”, diz
Fonte: Folha de São Paulo